Às vezes...vejo maldade em tanta bondade
vejo bondade onde o geral é maldade
embriago-me de sentidos
percebidos no sentido de sobre como viver
e o que diria o corvo
antes de à sua presa comer
o que diria um leopardo
antes de caçar seu alimento diário
o que diria um beija-flor antes de chegar na flor
o que diriam as nuvens ao encher-se de água
desaguando suas enxurradas
molhando o solo ou sobrecarregando o riacho
o que diria um homem sempre açoitado
ao cometer um crime que o deixe menos abandonado
o que diria o capitão
ao lamber o lombo de um escravo
mandado por quem paga sua casa
e deixa sua família menos violentada
e o que diria o negro amordaçado
o que diria o burguês em sua casa de luxo
ameaçada por quem
amanhã e depois vive sem um vintém
para comprar o arroz ou qualquer coisa que tem
o que diria a pedra imóvel em seu espaço
o que diria o Sol a todos em seu mormaço
o que diria o vento às gentes de Belém
o que diria o mendigo na rua esperando alguém
o que diriam os dois lados
se ouvidos por um justo soldado
o que diria a justiça
se não tivesse os olhos vendados
o que diria você se andasse um dia em meus passos
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