sábado, 29 de agosto de 2020

 

D’aqui não é um lugar

E tão pouco se sabe onde se está...

As vezes tem vaga memória de como era quando tudo começou...

Será que já cheguei ao primeiro andar?

Esse arranha céus, dizem é infinito...

Talvez faltou uma virgula em algum lugar e a leitura modifica...

O que diria uma pequenina formiga amarelinha operária

Ao olhar a torre Eiffel sonhando em chegar ao topo da antena?

Ela teria no máximo 3 anos para subir todas as suas estruturas e seus três níveis;

Na caminhada ela sentiria o vento bater em seu corpo, passaria por cada pedacinho de ferro,

Devagarinho,

Veria dia e noite, o sol e as estrelas, os planetas, cometas e até mesmo veria lá embaixo as pequenas estatuetas,

Passaria pelas 4 estações, primavera, verão, outono, inverno

e tudo recomeça,

Cada folha crescendo, caindo, apodrecendo, fertilizando o solo e dali pra frente, daqui a pouco, uma semente” explode” e recomeça tudo outra vez...

Mas a formiga não tem tempo pra ver tudo isso...

(suspiro)

talvez a tartaruga conseguisse ter melhor percepção

mas ela conseguiria subir tamanha armação?

Dizem que tem tubarão que vive até 400 anos...

Já pensou ele, com seu tamanho, subindo a torre Eiffel...

que pesadão!

Realmente, tem coisa que não combina,

E o continente não é seu habitat,

Cada um em seu lugar!

?

(mas e se for o sonho do tubarão...)

Ai! Não!

Tudo depende do ponto de vista do observador e daquilo que é favorável à sua natureza

“Tem elevadores que vão e vem super rápido”

E seria seguro para uma formiguinha entrar em uma caixa de vidro com um amontoado de pés calçados? Um salto alto, e pronto...acabou para a formiguinha!

Tantas analogias, associações e metáforas,

(...)

e a formiguinha se lembra que um dia decidiu subir lá

e talvez ela ainda esteja embaixo daquela árvore, apenas contemplando tantos degraus,

talvez adormeceu e está sonhando,

talvez até subiu um pouco e de tão cansada está delirando...

e se o sol estiver quente, coitada, pode estar com os pezinhos queimando...

talvez é muito na infinitude de possibilidades nas tantas variáveis de um acontecimento no lapso de um segundo de tempo para uma pequenina formiga operária

 

 

 

 

 

 

 

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