terça-feira, 5 de agosto de 2025

Certa vez, nessa caminhada de mim, 

com fome e sede cheguei ali

"onde o vento faz a curva" e a nota da canção se escuta baixo

no alto o muro parece não ter fim 

proporcionava uma sensação de recosto

Cansada, parei, sentei e esperei revelar o que era aquele lugar

e por quê estava ali.

de repente muitos chegam com flores, canções, alegrias e tantas especiarias

que parecia um grande festim.

Vem, a festa é sua! 

A principio receei, agradeci, mas ali permaneci, 

(até por quê descobri que o lugar não tinha saída)

e tudo parecia realmente feito para mim.

Quando vi estava embalada pelas canções, emoções e diferentes ações

o ritmo, 

o aprisco do risco sem sisco 

?

dancei, valsei, até que tudo parou...

e ali adentrou um elegante chegante galante: a refeição está servida! 

Como a fome a muito perdida muito me veio de tudo que estava naquele veraneio 

e o prato principal: um pão!

A surpresa foi geral, mas todos foram rápido degustar 

e um a um foram sumindo...

seriam projeções apagadas na correção feita pelo editor do vídeo 

ou o diretor de fotografia decidiu ser minimalista?

Até que, éramos eu e o pão na sala sem portas, janelas ou qualquer coisa que fugue 

pluft! 

quanto mais comia, mais o pão se enchia de mais pão de mim

infinito

igual ao chão, ao teto e às paredes.

Comi, me fartei, esfarinhei, rolei, pasmei, rosnei, ensurdecidamente gritei 

(aplausos no oco do eco de tudo por ali)

____uhn, vai mesmo deixar de comer o meu pão, feito com tanto carinho para você? 

____quem é você?

____aquele que generosamente, com técnica, carinho e apreço amassou o seu pão! Afinal, imaginei que a fome fosse parte de você depois de tanto caminhar e caminhar e caminhar e caminhar e caminhar e caminhar e caminhar....

(a medida da pronuncia das palavras caminhar reduz o volume da voz até quase sussurrar)

___Vamos, experimente novamente,  acho que agora terá um sabor, no mínimo, diferente.

Vagarosamente ele se direcionou até a mesa, retirou um pedaço de pão, estendeu a mão para que eu me levantasse do chão, lugar em que estava de olhos arregalados, talvez assustados, como alguém acordada no susto no meio de uma guerra estourando lá fora. 

__Vem, querida. Estou aqui para lhe ajudar. Sente-se, o filme vai começar! 

Uma poltrona apareceu, ele me conduziu cuidadosamente até ela, ajudou-me a sentar, e sim, uma projeção de um filme  surgiu na minha frente e fui assistindo partes de mim, com trilha  sonora, diálogos, enredos, medos e tudo mais gravado nas laudas de mim. 

__Está satisfeita? Aceita um pouco mais? 

Agora, com licença, preciso me retirar.

(bocejando)

Tem muito pão para amassar e gentes demais para alimentar. Obrigada.


Serei um sonho desses que ansiamos por acordar? Ou quem sabe uma mistura de  hollywood com alguma literatura mágica de fundo de quintal, ou talvez uma teia enroscada de tudo e mais um pouco que não se sabe de nada...até que não me restava mais nada ...

além de suspirar...

....

olhei e a mesa ali já não mais não estava mais ali a mesa, 

o pão havia acabado, será o fim? "the end" e aquela trilha sonora de titanic ou de the majestic 

e por não ter saída e não saber para onde ir, ali mesmo permaneci...acho que dormi, acordei, e dormi novamente, várias e várias vezes tantas que eu mesma não sei ou percebi


[...]

aí, em um dia que nem sei mais qual foi,  lembrei-me sem pestanejar do velho ditado popular "o pão que o diabo amassou" 

e tudo se revelou... 

o elegante galante se aproximou, 

transformou... 

e mais uma vez reapareceu e antes que eu falasse qualquer coisa, tocando em meus lábios pedindo silencio me agradeceu, levantou-me, abraçou-me forte, beijou minhas mãos, ajeitou meus cabelos, soprou- me vento na face e suspirou: 

__você me alimentou, obrigada, graças a você tive emprego todos esses anos, alimentei minha família, eu e todos desse lugar comemos do pão feito do trigo que um dia, você plantou. 

De verdade, somos gratos. 


e depois de um longo silencio olhando para ele e ele olhando para mim uma canção cantarolou dentro de mim


O pão que o diabo amassou, teve o  trigo plantado por mim (bis)

Temperado assim, com muitas especiarias, todas elas assim,

todas elas para mim, o pão que o diabo amassou, teve o trigo plantado por mim;

e o que me resta, nessa seresta, é degustar, até o fim,

degustar assim, talvez cantarolar 

para esperar e ver se a festa vai terminar 

ele fez assim, uma festa só para mim 

para mim degustar, o pão até o fim

degustar assim, até o fim, cada sabor feitos para mim 

o pão que o diabo amassou, teve o trigo plantado por mim,

lailailailailailailailai

e o que me resta,

é degustar assim, degustar assim, o pão feito pra mim, o pão feito pra mim, degustar assim, degustar até o fim,

agradecer por ter feito para mim, agradecer o pão, que o diabo amassou, pois essa festa chegará ao fim, chegará ao fim quando terminar de degustar o pão feito pra mim

o pão feito pra mim, das sementes do trigo, que eu plantei, no campo assim

eu plantei uma semente ali, uma semente ali de trigo eu plantei, e agora eu degustei, o pão feito para mim, esse pão que o diabo amassou, lalalalaailailailalalialaialailaialaiaalalalaailailailalalialaialailaialaia

lalalaailailailalalialaialailaialaia

lalalaailailailalalialaialailaialaia

lalalaailailailalalialaialailaialaia

alalalaailailailalalialaialailaialaia

lalalaailailailalalialaialailaialaia

e agradeço

agradeço

agradeço 

agradeço ao diabo, que amassou o pão para mim

eu agradeço,

eu agradeço, ao diabo que amassou, o pão para mim

lalalaailailailalalialaialailaialaia

lalalaailailailalalialaialailaialaia

lalalaailailailalalialaialailaialaia

lalalaailailailalalialaialailaialaia

comer até o fim

lalalaailailailalalialaialailaialaia

lalalaailailailalalialaialailaialaia

lalalaailailailalalialaialailaialaia

das sementes plantadas por mim

aalalaailailailalalialaialailaialaia

lalalaailailailalalialaialailaialaia

lalalaailailailalalialaialailaialaia

lalalaailailailalalialaialailaialaia

amassadas para mim

lalalaailailailalalialaialailaialaia

lalalaailailailalalialaialailaialaia

lalalaailailailalalialaialailaialaia

lalalaailailailalalialaialailaialaia

das sementes plantadas por mim










domingo, 29 de junho de 2025

domingo, 11 de agosto de 2024

Enquanto criança, caminhava ao redor das gentes que aglomeravam nas "reuniões de gentes"  

e mesmo quando meu pai e mãe pareciam distraídos eu continuava caminhando e pensava..." eles me observam mesmo sem me olhar direto... e em todo o caso, em caso de se distraírem e deixarem de ver o meu rastro, há de haver Deus, que dos céus, avista e sabe exatamente onde encontrar cada pedaço de mim, 

e se preciso for Ele há de me pegar no colo ou  mesmo arrumar um jeito para me puxar e tirar se por aventura eu em um canto escuro vier a me esconder e me perder.

terça-feira, 6 de agosto de 2024

domingo, 30 de junho de 2024

Talvez viveria o looping do dia de hoje,

não para sempre, 

mas por um bom tempo no tempo dos dias

casa razoavelmente arrumada

tarefas diárias organizadas

crianças brincando...

bola "quicando" no chão

os sinos anunciando a tarde pronunciada

{as vezes é cansativo manter tudo isso aqui, 

que é bem pouco por sinal, 

e é tão importante, ...

sim, vale a pena o preço de cada segundo comprado compartilhado}

rede na varanda

corre pra cá, corre pra lá, 

pega pega e som de carrinho puxado na rua...

um estalinho resultado de alguma barraquinha de festa junina, 

vem aqui! 

risos, descobertas, joaninhas,

 "agora faz de conta que..." cinco, seis falando de uma vez, 

muitas histórias....

o quê? ...é a sua vez!

um periquito na amoreira, um pombo, uma juriti, pássaro preto, uns verdinhos, azulados e os pretinhos mais um bem te vi 

e outro passarinho que n sei o nome canta em nosso quintal, 

na árvore crescida com amoras e asas

assobios bem bonitos...

...talvez alguma viola com violeiro apaixonado pela criação da natureza consiga reproduzir a melodia..

tempo está calmo, 

sem muito vento, 

o suficiente para ampliar a alma dentro do corpo...

poucas nuvens, 

ressaca de cinza já preenche o horizonte do céu 

anunciando inverno de julho aqui nessas terras que emanam leite e mel, 

araras riscam o céu e parece que até sinto uma cachoeira perto daqui.. 

um trem apita ao longe nessa terra nova de aqui...

pés batem forte no chão contando sobre gentes que sabem de onde pertencem....

gatos dormem em diversos cantos, 

vozes diversas das crias na rua...

um sino de bike passa na rua e se repete de quando em quando...

sorrisos e vidas que começam agora

e a minha vida segue observando o que foi criado, 

queria mais tempo como esses de contemplar, 

observar o que já foi feito,

 ouvir o que existe de fato 

sentir cada metro resultado de vários sentires

talvez por mim mesma

criados algum dia atrás 

quando ainda era criança

...

e se fecho os olhos...

sinto

talvez uma breve saudade de chuva caindo 

nessa grama agora dourada do sertão mineiro

em que passado, presente e futuro se encontram

como diria uma filha minha no dia de ontem...

"Mamãe, amanhã já é hoje!" 


terça-feira, 21 de maio de 2024

e se você encontrasse um controle remoto com a tecla de pause
e em um clique pausasse você mesmo...
"estátua"
e assim tivesse tempo para observar tudo ao seu redor, 
o que veria? 
quais as cores, os sons, cheiros, sabores
quais as paisagens, cenários, as pessoas e as personagens? 
há algo para mudar?  o que acrescentaria? 
é valsa a melodia? 
(e se você descobrisse  que tudo ao seu redor existe exclusivo para você...)
que canto busca o pulsar do seu coração...
e do que é feito o seu chão...
e no céu, brilham estrelas?
[experimente pausar alguns instantes
várias vezes inclusive, Cervantes
ver pra ver e ser menos distante
...e antes de tudo ser]

domingo, 19 de maio de 2024

O esgoto 

O escroto

Bate na porta...

A pia entope mais uma vez, a porta não tranca direito, e o dia a dia escorre nos dedos igual areia

O reto batido na força baixa do cano pra ver se  desentope a a gordura grudada nos canos do resto de comida vazada pelo ralo

Se fosse Clarice seria mais poético, mas o dia de hoje é domingo, e a pia realmente está entupida, e o cano cheio de comida podre deixada nos atos relapsos da preguiça... por mim, por ti, por nós, por não sei quem...enfim...está aqui

Poderia ser um dia diferente, mas ...não é...não, não é...mas não é, mas, não, não é... domingo, antigo Faustão. E isso também é poético, é vida de muitos, é vida corrida, é vida da parte da vida do domingo...dos canos, dos enganos corridos, dos canos de baixo, dos trapos da vida, das ciladas entupidas, sobre vi vidas

 Um brinde...

Às minhas dores de mim

Às minhas cores que bailam pés de bailarina na imaginação 

Do xote dançado ontem nos sonhos meus 

Do sorriso, da palavra e da sensação do meu coração bater junto ao meu coração

E da vereda da saudade dos nossos rubros sóis

Sou ti e sei que tu é mim

Então por que tanto saudosismo? Por que dessa dor? 

...Sinto o vento na face e é como se tudo fosse sua presença aqui...

Por que sei que os ponteiros do relógio não param e as vezes tudo isso pode ser um sonho que termina ao despertar do relógio lembrando da realidade

Tim tim

quarta-feira, 13 de março de 2024

O mundo é cruel, Sebastião? 

Quem é capitão, capataz ou capitel, Sebastião? 

Se é para mim, tudo bem Sebastião? 

E se não, que se exploda sua goiaba podre!

pobre Sebastião! Oh, não!

Com, ou sem dinheiro na mão, Sebastião! 

E é tanta maldade, mentira, cegueira, ignorância e mais um tanto de ânsia

Sebastiãooooo 


que vem a vontade, Sebastião

é de reiniciar o sistema métrico da composição das palavras 

e começar tudo de novo



vamos seguindo Sebastião, 

do jeito que a roda girar, do jeito que a marcha marcar

vamos aprendendo Sebastião a refletir o teu reflexo

cara limpa, sorriso roto no rosto, Sebastião!

franze a testa, Sebastião! 

("Contráia o abdomen Sebastião, assim engole o choro!")

Estão chamando, Sebastião...escuta...

São tantos adjetivos Sebastião que não sei se choro, se rio, se deságuo, 

se mordo, se enlouqueço ou uso um fone de ouvido

babo, grito, retardo, 

Não seja idiota, Sebastião, cardume, muito menos gado, leitão ou até uma pelota de papelão!

Não, Sebastião, em suma, não some não!

enquanto o tempo passa e decoramos nosso papel

 roda gira e a língua morde a palavra 

vamos caminhando nesse chão de espinhos, arrotos, sucatas, soluços sonatas

malandragem, mentirinhas, ladainhas, lorotas sucateadas de ideologias frajutas de egoístas agiotas que cobram em gritos os juros de um empréstimo comprado às cegas perigosas

cópia mal copiada da casca de uma víbora doente

É sim, ou não?

Isso é um cão, Sebastião? Quem é que está são?



terça-feira, 21 de novembro de 2023

Agradeço o que mereço 

Agora com apreço, talvez pagando o preço

Ouvir o canto dos passarinhos

Mesmo ao redor tantos espinhos

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Sara, Sara

Sara dor

Sara sara,

 já sarou

Passou, curou

1, 2, 3

Pulo de gato

Minhou...

Sai pra lá carrapato!

Saia já do meu pasto

Vai sugar em outro espaço!



quinta-feira, 26 de outubro de 2023

de tanto querer dizer

silenciei


de tanto sonhar

as paredes caíram


e agora são os segundos

as flores do meu mundo


 são tantos fios...

e os seus,
onde estão conectados?

 Do que são feitos nossos fios, 

os passos, o laço
a veste e o que ela veste?
e o cadarço...é feito do quê mesmo? 

Se o personagem lê a própria história
tem direito de escolher o fim?
se arrancamos a ultima página
é possível eternizar o infinito?
e pra quê todas as palavras diante o espelho
as cores pintadas na tela deixam o dia mais bonito?
e a tela, é feita de quê? 

e o copo...

? ( )

de tão


V

A
Z
I
O
.
.
.
Encheu e transbordou...
quebrou?

 aos trinta presenteio o presente

dos presentes de outrora;
antes sonhadora
de João, pés descalços, valsinhas alegres
flores brancas e um altar de infinitos sonhos;
hoje o cansaço, a vontade do silêncio,
da cama vazia e do corpo cansado repousar,
nas poucas horas que sobram
para enfim em mim pensar;
deixar a mente vazia,
parafrasear versinhos pobres,
melodias saudosistas de um tempo que já se foi;
agora resta o concreto, as "verdades" insalubres,
as rochas, espinhos e o caminho que agora sigo,
sem ser por mim
até mim ser tu
e a vontade bailar a Verdade dos dias.

 saudades...

dos pés descalços,
do cerrado e do barulhinho bom d'água cristalina
beijando os dedos entre o "biliscar" dos lambaris
todos coloridos na corredeira transparente
ali ficava horas imaginando onde cada gota iria parar
quantas curvas, quantas raízes,
quantos caminhos a navegar
quanta gente a saciar;
ali mesmo agradecia quem quer que fosse
que criou isso tudo aqui
tanta beleza nossa natureza
doce, bela e com sons que instrumento algum
foi capaz de superar
saudades...
um dia a ti regressarei
e ali repousarei meus pés
em paz

 não acredite no que digo, 

sinta; 
e se o que encontrar for um completo vazio 
é por que são devaneios do meu ego; 
então,
esqueça;


Trava-línguas no tempo

o tempo perguntou pro tempo se tinha mais tempo pra perguntar pro tempo quanto tempo tem pro tempo ter tempo de ser tempo, o tempo respondeu pro tempo que o tempo que o tempo tem é mais tempo que o tempo pensa e menos tempo que o tempo acha que tem tempo, pois o tempo do tempo é o tempo todo e o tempo que o tempo têm é muito pouco se o tempo não tem tempo de ter tempo para o tempo ter o tempo de Ser o que o tempo é.


 sou violeira do tempo

da vida minha
dedilho acordes
componho notas
recito e uno versos
no universo
cantarolo e danço nas cordas
toda musica que as estradas mostram
nas melodias tristes, rompantes e pensantes
e nas cirandas vou brilhando estrelas e sorrisos
no ritmo das emoções de cá
que balanceiam nas marés da lua nossa
navegando num mar infinito
de histórias

 no relógio as horas não param

e o silêncio ecoa entre uma gota ou outra que cai lá fora
os pássaros gorjeiam agradecidos do chão molhado
folhas limpas e o verde nascendo nas campinas
e antes não se chovia assim em julho
e antes era tudo diferente
como amanhã hoje também será
e daqui a milhões de anos o dia de amanhã
é novidade
apesar da saudade e do saudosismo a Suassuna ou de Rosa,
do que vale o cheiro do mato na urbanidade tecnológica?
do que vale falar de sertão se os pavimentos tomam conta do cerrado
e amanhã são as lembranças fragmentos de um tempo arcaico
esquecido no presente mitológico de seres criados na imaginação
e a linguagem ñ passa d verbetes diminutos
e não se sabe mais de o que se está falando
e no peito o pulso sabe o pulso de seu pulsar?
parece que o frio congelou as emoções
e o silêncio calou os olhos de um pensador da alma,
de um riscador de sonetos e pensamentos nobres
que poucos entendem o seu valor,
calou os poros de um boêmio livrador de sentimentos e seus intentos libidinosos
que caminhava no domingo cedo nas calçadas zebradas de um Rio em janeiros idos
e por fim colocou um fim na escrita de um sonhador com suas lembranças de criança
ouvindo histórias do avô que calado e quieto observava as gentes que por ali passava com seusconversadô,
versador cancionista rimando seu povo
boiadeiro, catingueiro do laço do aço de se ser o que se é
descobridor de sua linhagem linguagem
gentes que por mais que se estude não se consegue decifrar
por que ele era mais do que nóis tudo
ele era o que sentia o cheiro da poeira
e conseguia descrevê-la
como quem sente as suas cores tocando suave ciranda
na epiderme do Ser
e eis que aqui me calo
silêncio e respeito
pois que daqui pouco se sabe da Verdade,
a não ser que...
no relógio, as horas não param
(mas os antigos diziam, que as vezes, o que resta é a gente acreditar em milagres)

 Já me tive assim:

joaninha escalando unha na pata de elefante
Já me tive assim:
Elefante procurando água pisando na asa de joaninha
Hoje busco ser pássaro (buscando não fazer cocô em ninguém)
e quem sabe um dia
voar perto do céu

 o primeiro lugar pra chegar é o coração

ao contrário a partida é mais rápida do que estrela cadente em noite de lua cheia
quando viu já foi


 n quero passar o tempo medindo minha ignorância, 

é grande, percebo-as em parte;
muito menos os pesares ou passantes, 
doeram e algumas cicatrizes estão aqui, sinto-as de vez em quando; 
sei que a Vontade de Viver é grande
e a Chama de Acreditar e perceber as Belezas
me faz seguir
Sorrindo

 compartilho o mundo dos olhos meus

as cores que a íris percebe
o som que decodifico
as sensações nas digitais
que ponto a ponto criam imagens;

 Ó Lua,

antes que sejas encoberta
pela nuvem que em ti passa ligeira
Cubro-te de salvas
Tu que estás a Iluminar a noite
Vibrando no Céu Inteira
Tu que brilhas no silêncio
És sempre Lua Brilhante a encantar
Nossos olhos vibrantes
a Ti contemplar.