O mundo é cruel, Sebastião?
Quem é capitão, capataz ou capitel, Sebastião?
Se é para mim, tudo bem Sebastião?
E se não, que se exploda sua goiaba podre!
pobre Sebastião! Oh, não!
Com, ou sem dinheiro na mão, Sebastião!
E é tanta maldade, mentira, cegueira, ignorância e mais um tanto de ânsia
Sebastiãooooo
que vem a vontade, Sebastião
é de reiniciar o sistema métrico da composição das palavras
e começar tudo de novo
vamos seguindo Sebastião,
do jeito que a roda girar, do jeito que a marcha marcar
vamos aprendendo Sebastião a refletir o teu reflexo
cara limpa, sorriso roto no rosto, Sebastião!
franze a testa, Sebastião!
("Contráia o abdomen Sebastião, assim engole o choro!")
Estão chamando, Sebastião...escuta...
São tantos adjetivos Sebastião que não sei se choro, se rio, se deságuo,
se mordo, se enlouqueço ou uso um fone de ouvido
babo, grito, retardo,
Não seja idiota, Sebastião, cardume, muito menos gado, leitão ou até uma pelota de papelão!
Não, Sebastião, em suma, não some não!
enquanto o tempo passa e decoramos nosso papel
roda gira e a língua morde a palavra
vamos caminhando nesse chão de espinhos, arrotos, sucatas, soluços sonatas
malandragem, mentirinhas, ladainhas, lorotas sucateadas de ideologias frajutas de egoístas agiotas que cobram em gritos os juros de um empréstimo comprado às cegas perigosas
cópia mal copiada da casca de uma víbora doente
É sim, ou não?
Isso é um cão, Sebastião? Quem é que está são?