quarta-feira, 13 de março de 2024

O mundo é cruel, Sebastião? 

Quem é capitão, capataz ou capitel, Sebastião? 

Se é para mim, tudo bem Sebastião? 

E se não, que se exploda sua goiaba podre!

pobre Sebastião! Oh, não!

Com, ou sem dinheiro na mão, Sebastião! 

E é tanta maldade, mentira, cegueira, ignorância e mais um tanto de ânsia

Sebastiãooooo 


que vem a vontade, Sebastião

é de reiniciar o sistema métrico da composição das palavras 

e começar tudo de novo



vamos seguindo Sebastião, 

do jeito que a roda girar, do jeito que a marcha marcar

vamos aprendendo Sebastião a refletir o teu reflexo

cara limpa, sorriso roto no rosto, Sebastião!

franze a testa, Sebastião! 

("Contráia o abdomen Sebastião, assim engole o choro!")

Estão chamando, Sebastião...escuta...

São tantos adjetivos Sebastião que não sei se choro, se rio, se deságuo, 

se mordo, se enlouqueço ou uso um fone de ouvido

babo, grito, retardo, 

Não seja idiota, Sebastião, cardume, muito menos gado, leitão ou até uma pelota de papelão!

Não, Sebastião, em suma, não some não!

enquanto o tempo passa e decoramos nosso papel

 roda gira e a língua morde a palavra 

vamos caminhando nesse chão de espinhos, arrotos, sucatas, soluços sonatas

malandragem, mentirinhas, ladainhas, lorotas sucateadas de ideologias frajutas de egoístas agiotas que cobram em gritos os juros de um empréstimo comprado às cegas perigosas

cópia mal copiada da casca de uma víbora doente

É sim, ou não?

Isso é um cão, Sebastião? Quem é que está são?



terça-feira, 21 de novembro de 2023

Agradeço o que mereço 

Agora com apreço, talvez pagando o preço

Ouvir o canto dos passarinhos

Mesmo ao redor tantos espinhos

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Sara, Sara

Sara dor

Sara sara,

 já sarou

Passou, curou

1, 2, 3

Pulo de gato

Minhou...

Sai pra lá carrapato!

Saia já do meu pasto

Vai sugar em outro espaço!



quinta-feira, 26 de outubro de 2023

de tanto querer dizer

silenciei


de tanto sonhar

as paredes caíram


e agora são os segundos

as flores do meu mundo


 são tantos fios...

e os seus,
onde estão conectados?

 Do que são feitos nossos fios, 

os passos, o laço
a veste e o que ela veste?
e o cadarço...é feito do quê mesmo? 

Se o personagem lê a própria história
tem direito de escolher o fim?
se arrancamos a ultima página
é possível eternizar o infinito?
e pra quê todas as palavras diante o espelho
as cores pintadas na tela deixam o dia mais bonito?
e a tela, é feita de quê? 

e o copo...

? ( )

de tão


V

A
Z
I
O
.
.
.
Encheu e transbordou...
quebrou?

 aos trinta presenteio o presente

dos presentes de outrora;
antes sonhadora
de João, pés descalços, valsinhas alegres
flores brancas e um altar de infinitos sonhos;
hoje o cansaço, a vontade do silêncio,
da cama vazia e do corpo cansado repousar,
nas poucas horas que sobram
para enfim em mim pensar;
deixar a mente vazia,
parafrasear versinhos pobres,
melodias saudosistas de um tempo que já se foi;
agora resta o concreto, as "verdades" insalubres,
as rochas, espinhos e o caminho que agora sigo,
sem ser por mim
até mim ser tu
e a vontade bailar a Verdade dos dias.

 saudades...

dos pés descalços,
do cerrado e do barulhinho bom d'água cristalina
beijando os dedos entre o "biliscar" dos lambaris
todos coloridos na corredeira transparente
ali ficava horas imaginando onde cada gota iria parar
quantas curvas, quantas raízes,
quantos caminhos a navegar
quanta gente a saciar;
ali mesmo agradecia quem quer que fosse
que criou isso tudo aqui
tanta beleza nossa natureza
doce, bela e com sons que instrumento algum
foi capaz de superar
saudades...
um dia a ti regressarei
e ali repousarei meus pés
em paz

 não acredite no que digo, 

sinta; 
e se o que encontrar for um completo vazio 
é por que são devaneios do meu ego; 
então,
esqueça;


Trava-línguas no tempo

o tempo perguntou pro tempo se tinha mais tempo pra perguntar pro tempo quanto tempo tem pro tempo ter tempo de ser tempo, o tempo respondeu pro tempo que o tempo que o tempo tem é mais tempo que o tempo pensa e menos tempo que o tempo acha que tem tempo, pois o tempo do tempo é o tempo todo e o tempo que o tempo têm é muito pouco se o tempo não tem tempo de ter tempo para o tempo ter o tempo de Ser o que o tempo é.


 sou violeira do tempo

da vida minha
dedilho acordes
componho notas
recito e uno versos
no universo
cantarolo e danço nas cordas
toda musica que as estradas mostram
nas melodias tristes, rompantes e pensantes
e nas cirandas vou brilhando estrelas e sorrisos
no ritmo das emoções de cá
que balanceiam nas marés da lua nossa
navegando num mar infinito
de histórias

 no relógio as horas não param

e o silêncio ecoa entre uma gota ou outra que cai lá fora
os pássaros gorjeiam agradecidos do chão molhado
folhas limpas e o verde nascendo nas campinas
e antes não se chovia assim em julho
e antes era tudo diferente
como amanhã hoje também será
e daqui a milhões de anos o dia de amanhã
é novidade
apesar da saudade e do saudosismo a Suassuna ou de Rosa,
do que vale o cheiro do mato na urbanidade tecnológica?
do que vale falar de sertão se os pavimentos tomam conta do cerrado
e amanhã são as lembranças fragmentos de um tempo arcaico
esquecido no presente mitológico de seres criados na imaginação
e a linguagem ñ passa d verbetes diminutos
e não se sabe mais de o que se está falando
e no peito o pulso sabe o pulso de seu pulsar?
parece que o frio congelou as emoções
e o silêncio calou os olhos de um pensador da alma,
de um riscador de sonetos e pensamentos nobres
que poucos entendem o seu valor,
calou os poros de um boêmio livrador de sentimentos e seus intentos libidinosos
que caminhava no domingo cedo nas calçadas zebradas de um Rio em janeiros idos
e por fim colocou um fim na escrita de um sonhador com suas lembranças de criança
ouvindo histórias do avô que calado e quieto observava as gentes que por ali passava com seusconversadô,
versador cancionista rimando seu povo
boiadeiro, catingueiro do laço do aço de se ser o que se é
descobridor de sua linhagem linguagem
gentes que por mais que se estude não se consegue decifrar
por que ele era mais do que nóis tudo
ele era o que sentia o cheiro da poeira
e conseguia descrevê-la
como quem sente as suas cores tocando suave ciranda
na epiderme do Ser
e eis que aqui me calo
silêncio e respeito
pois que daqui pouco se sabe da Verdade,
a não ser que...
no relógio, as horas não param
(mas os antigos diziam, que as vezes, o que resta é a gente acreditar em milagres)

 Já me tive assim:

joaninha escalando unha na pata de elefante
Já me tive assim:
Elefante procurando água pisando na asa de joaninha
Hoje busco ser pássaro (buscando não fazer cocô em ninguém)
e quem sabe um dia
voar perto do céu

 o primeiro lugar pra chegar é o coração

ao contrário a partida é mais rápida do que estrela cadente em noite de lua cheia
quando viu já foi


 n quero passar o tempo medindo minha ignorância, 

é grande, percebo-as em parte;
muito menos os pesares ou passantes, 
doeram e algumas cicatrizes estão aqui, sinto-as de vez em quando; 
sei que a Vontade de Viver é grande
e a Chama de Acreditar e perceber as Belezas
me faz seguir
Sorrindo

 compartilho o mundo dos olhos meus

as cores que a íris percebe
o som que decodifico
as sensações nas digitais
que ponto a ponto criam imagens;

 Ó Lua,

antes que sejas encoberta
pela nuvem que em ti passa ligeira
Cubro-te de salvas
Tu que estás a Iluminar a noite
Vibrando no Céu Inteira
Tu que brilhas no silêncio
És sempre Lua Brilhante a encantar
Nossos olhos vibrantes
a Ti contemplar.


 Escrevo

Imaginação
Imagem e Ação
Tijolos de Construção
Dois caminhos dessa subida
O intelecto unido ao coração

 e a Alma é escrita em plurais

duais
minerais vegetais animais
Consciência
Busco a Sua Ciência
de Saber  contemplar
Amar cada sentido que há
prazer em sentir tudo o que existe a sua volta
mesmo do que não se toca, como o ar
e as partículas invisíveis que a íris não vê
enxergadas no bailado das folhagens
na Sagrada Existência atômica dourada nas vistas
nas flores que nascem a cada amanhecer
colorindo as paisagens desse nosso novo Alvorecer.